A fascinação e a necropolítica miliciana

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O grito da decomposição social", feita pelo chargista mexicano Rocha em 2015, reinterpretando a famosa tela "O grito", de Edvard Munch, pintada em 1893.

“239. A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem.”

Allan Kardec, “O livro dos médiuns”. 2ª parte, cap. XXIII.

O grito da decomposição social”, feita pelo chargista mexicano Rocha em 2015, reinterpretando a famosa tela “O grito”, de Edvard Munch, pintada em 1893.

No pior momento da história recente do mundo, com uma pandemia que mata milhares e milhares, os brasileiros foram pegos com a calça nas mãos e, infelizmente, por sua própria escolha suicida.

Além da luta contra um vírus que se propaga de forma estonteante e mata sem pudor, por aqui se luta também contra um verme, eleito por meio da mentira e do ódio, que tem tentado insistentemente piorar as consequências da pandemia mortal.

Se esse verme, que ataca principalmente a mente desavisada e pouco elaborada, não for parado a tempo, o país viverá um período de caos, morte e agonia.

Pelo que se vê nas notícias e nas redes sociais, esse verme cruel já infectou diversas pessoas, fazendo lembrar cenas da ficção de contos de zumbis, que agora pretendem sair às ruas para defender seu direito de morrer e matar indistintamente.

Sim, é isso que essa estranha gente pretende com suas carreatas e protestos a favor da liberação irrestrita, ou “vertical”, do isolamento social decretado pelos entes federados subnacionais: a morte. A necropolítica miliciana, guiada por espíritos mal intencionados, nunca esteve tão explícita e à vontade para pregar seus reais objetivos.

Cabe aos espíritas, amparados pelos ensinos de fraternidade e compaixão exarados por Jesus e pelos espíritos que auxiliaram Kardec, levantar a bandeira da racionalidade e lutar contra a necropolítica bolsonarista que se espalhou como uma obsessão coletiva, uma fascinação, no meio dos fracos de espírito e dos interessados no lucro acima da vida.

Não há outra opção racional e moral nesse grave momento: é preciso, para quem pode, ficar em casa.

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