Coluna: Sociologia espírita com Ana Claudia Laurindo
Espiritismo e militância política
Onde começa a identidade política e a política de religiosidade, fé ou transcendência, pouco importa no contexto de uma existência, pois o que merece observação é a direção na qual se conduz a vida, sob os parâmetros erguidos.
Como é possível perceber, na vida social, política é como o fluido universal, está em tudo! Portanto, negá-la é insistir no discurso alienado. Há quem afirme que a própria negação é em si uma ação política.
Afirmar-se espírita sem comungar com as bases do espiritismo também merece um tanto de reflexão, afinal, não se trata de um simples termo, mas de um legado de descobertas sobre a supremacia da vida e a eternidade dos seres.
Temos então, a alegre percepção da possibilidade de conciliar espiritismo e política sem precisarmos negar nenhuma das plataformas de pensamento, orientação de princípios e condutas individuais e coletivas.
Urge acendamos esta candeia em múltiplas formas de expressões; pois sair do aconchego das redes sociais para atuar na concretude desafiadora da cotidianidade é prova de fé e manifestação de posicionamento político.
Neste ponto, unamos a linha da coerência cristã ao perfil que desejamos fortalecer no campo dos interesses sociais, pois é na seara da verdade feita cotidiano, onde se enroscam desigualdades e gemidos abafados, que o rosto de Cristo se estampa.
Talvez tenhamos como diferencial neste mundo de tantas provas, a alegria de muito nos amar, e assim, podermos localizar uns aos outros, no apoio e acolhida mútua mesmo durante as lutas.
Amar não enfraquece a militância, mas areja as relações e possibilita convívios baseados na fraternidade, um princípio cristão, do qual não precisamos abdicar.
Portanto, o espiritismo não é negação, mas reforço qualitativo da militância política, que por sua vez, pode ser elevação social, cultural e humanitária com reflexos globais.