O movimento espírita conservador e interessado, bem representado por federações e grandes casas espíritas, tem-se especializado na promoção de eventos sempre pagos pelo público, desvirtuando sua finalidade primacial que é o atendimento aos que mais necessitam.
E o pior, além de preços por vezes inalcançáveis para o público em geral nesses eventos de e para a elite espírita, muitos dos afamados médiuns, palestrantes e dirigentes têm-se tornado verdadeiros mercadores da fé, usando o espaço da casa espírita para arrebanhar clientes para o seu lucrativo negócio de atendimento psicológico, terapêutico e de outras bizarras formas de atendimento, além do absurdo nicho de mercado da orientação de autoajuda –o “coach” espiritual–, fazendo da casa espírita seu local privilegiado de propaganda.
É preciso colocar o dedo nessa ferida, pois a casa espírita e suas estranhas federações são hoje local de comércio e de astúcia profissional.
O coletivo “Espíritas à esquerda” coloca como uma de suas premissas para quaisquer dos seus eventos a inscrição gratuita. E recomenda a todos que o procuram a se afastarem dessa estranha gente que ganha dinheiro em cima da miséria alheia e falando em nome do espiritismo.
Em crítico texto sobre isso, o camarada Franklin Félix faz uma reflexão sobre essa mancha que se espraia feito um carcinoma moral no âmago do movimento espírita.
Não se conseguiu identificar a autoria da imagem que acompanha essa postagem. Quem souber, favor informar para que se possa dar o crédito merecido.
A íntegra do texto de Felix está aqui.
O que quer dizer “Dai de graça”?
Jesus prescreve que ninguém deve cobrar por aquilo que nada pagou. Os discípulos haviam recebido gratuitamente a faculdade de curar os doentes e a de expulsar os espíritos embrutecidos. A mediunidade lhes havia sido dada gratuitamente por Deus, para alívio dos que sofrem e para ajudar na propagação dos evangelhos. Jesus recomendava-lhes que não fizessem dela objeto de comércio, nem de especulação, e muito menos, meio de vida. Os médiuns receberam de Deus um dom gratuito: o de ser intérpretes dos espíritos para assim, instruir os homens, mostrar o caminho do bem e da Verdade. O Espiritismo não mercantiliza a mediunidade, quem assim age, não é espírita