O ministro da Saúde de Israel, Yaakov Litzman, um judeu ultraortodoxo e líder do partido de extrema-direita “Judaísmo Unido da Torá”, que faz parte da base do governo nazifascista de Israel, resistiu às várias limitações de movimentos públicos que autoridades de alto escalão de seu próprio ministério queriam impor e também pediu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu permitisse que as sinagogas permanecessem abertas. Agora o religioso testou positivo para o covid-19, juntamente com sua esposa.
O rabino Litzman é conhecido por suas posições fundamentalistas e contrárias aos homossexuais. Em 2016, por exemplo, votou pela derrubada da permissão de uniões civis homoafetivas no seu país, foi também contra a legalização da adoção de crianças por casais homossexuais e contra a possibilidade de parceiros do mesmo sexo de soldados israelenses mortos receberem os mesmos benefícios de casais heterossexuais.
No Brasil, alguns médiuns espíritas afamados também têm manifestado intenção de reabrir suas casas espíritas, colocando em risco a saúde e a vida de frequentadores e trabalhadores. Esses são, coincidentemente, os mesmos que têm sistematicamente associado a doença causada pelo covid-19 a problemas morais ou a castigos divinos a almas desviadas e que, há pouco tempo, afirmaram ser a homossexualidade um “momento de alucinação psicológica da sociedade”, associando-a, ora vejam, ao “comunismo”(??).
Tudo isso ilustra um problema recorrente na institucionalização das religiões: a hipocrisia. E essa hipocrisia religiosa já foi, inclusive, objeto de censura de Jesus –“Ai de vós, hipócritas!”.
Tais indivíduos, como o ministro israelense, alguns médiuns espíritas, padres e pa$tore$ neopentecostais bem conhecidos, representam o que de pior a religião pode produzir, porque associam o mal moral que carregam em si à manifestação de espiritualidade do povo simples e sincero.