Releituras kardecistas com Marcio Sales Saraiva
A visão kardecista é de grande objetividade e sem misticismos quando o assunto é espírito, alma ou consciência. Em “O livro dos espíritos”, de Allan Kardec, nossa referência central nesta coluna, os espíritos são simplesmente “os seres inteligentes da criação” que “povoam o universo, fora do mundo material” (questão 76).
Seres de consciência, agentes inteligentes, estão por toda a parte, ainda que não visível para a maioria das pessoas e até mesmo para a ciência mais materialista e menos aberta para os fenômenos transpessoais.
Quem os criou?
A resposta é simples. Deus. Por outro lado, os espíritos superiores assumem seus limites cognitivos, sua ignorância, ao afirmarem que “ninguém sabe” o quando (tempo) e o como (processo) que se deu esta criação dos espíritos. “Eis o mistério”, diz na questão 78. “A origem deles é mistério”, diz a questão 81. E mesmo sobre sua “essência”, o próprio Allan Kardec assume: “somos verdadeiramente cegos” (comentário da questão 82).
O que o kardecismo nos deixa como informação razoável?
Os espíritos foram criados por Deus, existem antes do corpo físico, povoam todo o universo, são seres incorpóreos (mas não imateriais) e que Deus jamais deixou de criá-los em todos os tempos.
Eles “estão por toda parte”, porém, “há regiões interditadas aos [espíritos] menos adiantados”. Sendo assim, o deslocamento dos espíritos é maior quanto maior for sua evolução intelectual, cognitiva e ético-moral. Além do deslocamento, há também a possibilidade de um único espírito irradiar sua “presença” para diversos locais e direções, como o Sol (questão 92). E isso explica porque o espírito Irmão X poderá enviar uma mensagem que será psicografada por pessoas diferentes em locais diferentes ou porque um espírito poderá irradiar sua comunicação sendo “incorporado” (psicofonia) em diversos médiuns em casas espíritas ou espiritualistas diferentes, mesmo que seja no mesmo dia e horário.
Quanto mais avançado é um espírito, lógico, maior será seu poder de irradiação sem jamais perder sua unidade interna, sua “persona” individual.
Os espíritos poderão ser chamados de entidades, inteligências extrafísicas, entidades, almas, santos, anjos, o “Espírito Santo”, orixás etc. Não importa a forma com que, em cada cultura ou em cada saber religioso, o espírito poderá ser nomeado. Trata-se, para o kardecismo, simplesmente de comunicação dos espíritos, seres que momentaneamente não estão usando um corpo físico e denso como o nosso, mas que, em algum momento, poderão novamente mergulhar na carne (reencarnação) para poder continuar a longa jornada de volta para a casa divina.
Os espíritos não são coisas de “outro mundo”, pois eles estão aqui mesmo, entre nós, povoando todo o cosmo. Têm erros, acertos e preconceitos, mas também têm insigths, informações interessantes, preferências religiosas ou ideológicas, e apresentam grande sabedoria adequada ao seu grau de crescimento cognitivo-moral. Acima de tudo, os espíritos, para Allan Kardec, não devem ser idolatrados, não são perfeitos, nem puros —caso contrário, já nem poderiam se comunicar diretamente conosco, dada a nossa inferioridade— pois os espíritos que se comunicam com o mundo terreno são somente seres humanos, como nós, apenas sem a vestimenta corpórea, usando, em seu lugar, uma vestimenta perispiritual que lhe dá uma forma de apresentação.
Sendo assim, não se espante com espíritos e nem os tema, pois você é espírito e em todas as partes há espíritos. Talvez você não os veja, nem os sinta, mas aí é outro assunto.
Jesus e os vendilhões da educação brasileira:
“Brasil, pátria do evangelho não, Brasil Manicômio do evangelho. A grande maioria dos espíritos que aqui reencarnaram ou mesmo reencarnam são trevosos, doentes de toda espécie que ainda não tiveram tempo ou não quiseram evoluir. Acontecimentos que ocorrem em todo Brasil não é por acaso. Temos que orar muito pelo povoo e pelo país senão não terá futuro.
“A visão kardecista é de grande objetividade e sem misticismos quando o assunto é espírito, alma ou consciência. Na minha realidade gostei da afirmação. o livro dos espíritos é bem objetivo. e a afirmação dos espíritos de não saber tudo e aprendizado sempre é consolador para estudarmos sempre.