O criacionismo espírita é evolucionista

Releituras kardecistas – com Marcio Sales Saraiva

“A criação de animais”, de Jacopo Tintoretto, pintada em 1550.
O espiritismo, tal como formulado por Allan Kardec, é deísta, criacionista e monista. Deísta porque ele pressupõe uma divindade criadora, causa primeira de todas as coisas. Essa divindade não é uma pessoa, um “pai” ou “mãe”, mas é sim o design inteligente do universo. E é dessa divindade que tudo emana, portanto, o dualismo (espírito e matéria) é algo aparente e transitório, pois “tudo está em tudo” (questão 33 de “O livro dos espíritos”) e aquilo que chamamos matéria é apenas energia (“espírito”) em estado modificado. Em síntese, tudo tem a mesma origem divina, tudo é uma derivação da energia causal primária. O dualismo é um fenômeno transitório e causado por uma “cisão” aparente. Penso, por exemplo, que em 1986, quando o químico criacionista Charles Taxon inventou o conceito de “complexidade especificada”, proveniente da teoria da informação, alegando que mensagens transmitidas pelo DNA na célula eram especificadas por uma inteligência, ou seja, originaram-se de um agente inteligente, talvez ele estivesse falando do espírito que renasce emboscado no corpo de tal maneira que formam uma unidade transcendente-imanente, “uma só carne”. E assim sendo, o dualismo é um fenômeno aparente, pois o corpo físico seria a expressão dessa energia-espírito inteligente que participa de construção deste desde o código genético. Seria então a “alma”, a sede do que chamamos “problemas genéticos”? Seria a genética uma derivação ou um epifenômeno do espírito? Por hoje, não vamos entrar nisso. Retomando nossa questão, quando falamos que o espiritismo é criacionista, alguns podem confundi-lo com o criacionismo bíblico literal de sete dias e que teria acontecido alguns milhares de anos antes de Jesus. Longe de Allan Kardec esse tipo de criacionismo dogmático e irracional, por outro lado, o evolucionismo defendido pelo espiritismo é compreendido como um fenômeno que se dá no mundo físico-espiritual, envolvendo não somente as formas, mas também a cognição e os valores éticos e morais, as virtudes. Dito de outra forma, o evolucionismo de Charles Darwin e Alfred Wallace (ambos anglicanos, ainda que o primeiro fosse agnóstico e o segundo espiritualista teísta) estaria correto em essência, mas incompleto, posto que o darwinismo não identificava uma origem criadora, um ponto de começo ou um projetista inteligente. Para o espiritismo, este ponto de começo está em Deus, visto que “o universo não pode fazer-se a si mesmo” (questão 37). Portanto, evolução e criação se conjugam no espiritismo kardecista ao invés de se excluírem, tal como acontece em muitos debates públicos envolvendo fundamentalistas religiosos de um lado e cientistas ateus ou agnósticos de outro. O kardecismo segue pelo caminho do meio, tal como informaram os bons espíritos. Esse tema não é novo e nem foi inventado por Allan Kardec e isso deveria ser óbvio para todas as pessoas, especialmente para quem se diz espírita. Na verdade, desde o século IV a.C. o filósofo Platão propôs um “demiurgo”, um sábio e bom criador, primeira causa do cosmos (que organizará o caos). Aristóteles também defendeu algo semelhante, um criador-designer do cosmos que ele chamou de “motor imóvel”. Depois dele, o filósofo romano Cícero defendeu que um “poder divino deve ser encontrado no princípio de uma razão que permeia toda a natureza”. Na mesma linha, argumentou Tomás de Aquino, na Idade Média, e William Paley, em 1808, usando a analogia do Deus-relojoeiro que criou o relógio-mundo e deixou que ele livremente funcionasse. Também o evolucionismo teísta vem ganhando adeptos dentro do cristianismo católico e protestante. Destaco aqui os nomes de Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955), Ronald Fisher (1890-1962) e Theodosius Dobzhansky (1900-1975), além de cientistas que ainda estão trabalhando sobre essa questão como Kenneth R. Miller, John Haught, Michael Dowd e Francis Collins. Todos podem ser lidos pelos espíritas preocupados em conhecer mais e melhor nossas origens e a divindade. Para concluir, se “O livro dos espíritos” de Allan Kardec —e percebam que estou usando somente esta obra como referência em todos esses pequenos artigos— fosse mais lido e bem estudado, debatido abertamente, sem medo de críticas e autocríticas, o movimento espírita brasileiro ganharia muito em qualidade e sobriedade. Que os mais progressistas continuem avançando através do estudo, do bom senso e do amor-caridade.

EàE participa de ato de solidariedade ao Brasil em Portugal

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Luto pelas mais de 550 mil vidas perdidas no Brasil pela Covid-19.

Este abaixo-assinado foi proposto aos signatários pela rede #PortugalDenunciaBolsonaroGenocida Casa do Brasil de Lisboa, Coletiva Maria Felipa, Coletivo Alvorada Aveiro, Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa, Solidariedade Brasileira (Porto), Vozes no Mundo – Frente pela Democracia no Brasil (Coimbra). O Coletivo Espíritas à Esquerda, representado em Portugal, assina este documento.
Clique na imagem para participar da live dia 28 de julho, às 14h de Brasília.

Nós, abaixo assinados, manifestamos nossa solidariedade ao povo brasileiro e extrema preocupação com o projeto de destruição nacional realizado pelo Governo de Jair Bolsonaro. A gestão da pandemia de Covid-19, responsável por mais de meio milhão de pessoas mortas no Brasil, é a face mais visível de um trágico empreendimento que inclui a destruição de ecossistemas e a venda de patrimônio nacional, o desejo de ani- quilação de culturas e povos originários, ataques aos direitos humanos, às populações indígenas e quilombolas, a criminalização de ativistas e de movimentos sociais, além da perseguição aos grupos mais oprimidos, como as mulheres e a população LGBTQI+.

Desde o início da pandemia, a política negacionista do Governo Bolsonaro demonstrou o desprezo do presidente e de seus apoiadores para com a gravidade da situação e pela dor de quem chora a perda dos seus. Discursos minimizando os efeitos do vírus (“é uma gripezinha”), incitando o ajuntamento de pessoas, desprezando o uso das más- caras, travando uma luta política com os que defendiam ações fundamentadas em informações científicas contra a pandemia, são publicamente conhecidos. Soma-se a isso o gasto público na promoção de remédios ineficazes e da recusa sistemática para compra de vacinas. É evidente o projeto genocida do Governo Bolsonaro, presente não só em suas declarações, mas também na adoção de medidas que facilitaram a propagação do vírus, em completa desconsideração para com a vida de milhares de brasileiros e brasileiras.

Os números são alarmantes. A fome avança e a insegurança alimentar já atinge mais da metade dos lares brasileiros. Os fracassos na condução da política econômica são uma evidência com aumento do custo de vida e desemprego. As pessoas pobres e negras são as mais atingidas. A desconstrução violenta das políticas de proteção ambiental tem levado o país a um verdadeiro ecocídio e envolve riscos concretos à vida de quem se opõe. O Governo de Bolsonaro é denunciado internacionalmente por descumprir convenções internacionais de que o Brasil é signatário, bem como é visível o desacato à Constituição brasileira. As notícias mais recentes revelam tentativas de superfaturamento na compra de vacinas, num quadro de grande atraso no processo de imunização.

Por isso, aliamo-nos aos protestos realizados em todo Brasil e em dezenas de cidades do mundo, clamando pelo apoio internacional pelo fim do genocídio e ecocídio em curso no Brasil.

Portugal, 28 de Julho de 2021.

Assinam:

Adriana Grechi – Coreógrafa, produtora cultural. Alexandra Lucas Coelho –  Escritora. Álvaro Garrido – Professor universitário, Universidade de Coimbra. Amaury Cacciacarro – Produtor cultural. Ana Estevens – Geógrafa. Ana Paula Tavares – Escritora, Professora Universitária. Antónia Pedroso de Lima – Antropóloga, ISCTE-IUL/CRIA. António Costa Pinto – Professor Universitário e comentarista político. António Ferreira – Cineasta. António Filipe – Partido Comunista Português; Vice-Presidente da Assembleia da República. Beatriz Gomes Dias – Professora, Deputada do Bloco Esquerda. Bianca Castro – Estudante e Activista por Justiça Climática. Boaventura de Sousa Santos – Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Coimbra; Director Emérito do Centro de Estudos Sociais. Carolina Dias – Produtora e realizadora audiovisual. Catarina Martins – Deputada e coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda. Cleia Almeida – Atriz. Cristiana Bastos – Investigadora, Universidade de Lisboa. Cristina Roldão – Professora da ESE-IPS e investigadora do CIES-ISCTE. David Serrão – Arquitecto. Diana Andringa –  Documentarista e ex-presidente do Sindicato de Jornalistas. Diana Diegues – (A)MAR pela Diversidade – São Miguel, Açores. Eduardo Barroco de Melo – Deputado do Partido Socialista. Evalina Gomes Dias – Ativista. Fernando Nogueira – Professor e diretor do Mestrado em Planeamento Regional e Urbano, Universidade de Aveiro. Fernando Rosas – Professor Universitário. Francisco Louçã – Professor Universitário. Gisela Casimiro – Escritora e artista. Hans Eickhoff – Médico e ativista. Hélder Mateus da Costa – Dramaturgo, encenador, director grupo de teatro A Barraca. Ilda Figueiredo – Presidente da Direção Nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação. Isabel Araújo Branco – Professora Universitária e investigadora. Isabel Moreira – Deputada do Partido Socialista. Ivo Canelas – Ator. Janita Salomé – Cantor e compositor. Joacine Katar Moreira – Deputada e historiadora. Joana de Verona – Atriz e realizadora. Joana Moreira – Psicóloga. Joana Mortágua – Deputada do Bloco de Esquerda. João Baía – Sociólogo. João Fiadeiro – Coreógrafo, curador e investigador. João Luís Lisboa –  Professor universitário. João Pina-Cabral – Antropólogo- ICS/UL. José Barahona –  Realizador. José Carlos Mota – Professor Universidade de Aveiro José Falcão – Dirigente SOS Racismo José Filipe Costa –  Realizador. José Manuel Pureza – Professor universitário e deputado. José Soeiro – Sociólogo e deputado. José Zaluar Basílio – Professor universitário. Luca Argel – Músico. Luís Mendes – Geógrafo, CEG/IGOT-ULisboa. Luísa Tiago Oliveira – Historiadora, ISCTE. Mamadou Ba – Dirigente do SOS Racismo Portugal. Manuel Carvalho da Silva – Sociólogo; ex-Secretário Geral da CGTP-IN. Manuel Pinto – Pesquisador da Universidade do Minho. Márcio Laranjeira – Diretor criativo. Maria Inácia Rezola – Historiadora. Mário Nuno Neves – Cidadão. Miguel Vale de Almeida – Antropólogo, ISCTE-IUL/CRIA. Nelson Peralta – Deputado da Assembleia da República Portuguesa pelo BE. Nuno Domingos – Antropólogo. Paula Godinho – Antropóloga e professora universitária. Paulo Mota – Ator. Paulo Raposo – Antropólogo e professor universitário. Pável Calado – Professor universitário, Universidade de Lisboa. Pedro Castro – Produtor musical e artista Pilar del Río Jornalista. Sandra Monteiro – Jornalista. Sara David Lopes – Programadora, directora do festival Olhares do Mediterrâneo – Women’s Film Festival. Sérgio Campos Matos – Professor universitário. Sérgio Dias Branco – Professor da Universidade de Coimbra. Sérgio Godinho – Cantor e compositor. Sérgio Tréfaut – Cineasta. Susana de Matos Viegas Antropóloga, ICS-ULisboa. Susana de Sousa Dias – Realizadora. Tathiani Sacilotto – Produtora de cinema. Tiago Mota Saraiva – Arquitecto e urbanista. Vitorino Salomé – Cantor e compositor.

Organizações e Coletivos:

  • Academia Cidadã A Coletiva
  • Coletivo Feminista AIM
  • Alternative International Movement / secção portuguesa ALCC
  • Associação Lusofonia Cidadania e Cultura Alquimia Nómada (A)MAR pela Diversidade- São Miguel Açores
  • APPA- Associação do Património e População de Alfama As Cores dos Açores
  • Associação Clube Safo Associação José Afonso
  • Associação LGBTI Viseu Associação Mulheres na Arquitectura
  • Associação Plano I para a Igualdade e Inclusão
  • Brasileiras Não Se Calam
  • BR Cidades em Portugal
  • Campanha ATERRA
  • Colombina Clandestina
  • Coletivo Afreketê Coletivo Xis
  • Cooperativa Trabalhar com os 99%
  • Devagar Associação Cultural
  • Djass- Associação de Afrodescendentes
  • Espíritas à Esquerda– Portugal
  • Feminismo Sob Rodas- Coletivo Feminista
  • Greve Climática Estudantil
  • IPA- Associação para a Promoção da Igualdade
  • Movimento Antifascista do Porto
  • Movimento Morar em Lisboa
  • Núcleo Antifascista de Aveiro
  • Núcleo do PT Lisboa
  • Plataforma Geni
  • Plataforma Já Marchavas
  • Pride Azores
  • Queer As Fuck QueerIST Queer Tropical- Associação de Apoio à Comunidade LGBTQI+ Brasileira em Portugal
  • Rede para o decrescimento
  • SOS RAcismo
  • Transborda- Mostra Internacional de Artes Performativas de Almada
  • UAP- União Antifascista Portuguesa
  • ULCC- União Lisboeta Carnaval e Cultura
  • Vizinhos de Arroios 

PARTICIPE DA LIVE DIA 28/07, 14H DE BRASÍLIA 

Palavras, divisões e ódios

Releituras kardecistas com Marcio Sales Saraiva.
 
Não é somente no espiritismo, mas em diversas visões espirituais de mundo, religiosas ou não, há necessidade de definir conceitos, escolher palavras e fazer interpretações. Os conflitos aparecem, claro, e devem ser tratados com razão e serenidade.
Arte de Bansky, “Menino com avião de caça”, pintado num muro em Tel Aviv, na Palestina ocupada.
Cada um irá ler um texto de acordo com sua bagagem existencial, de acordo com seus valores e crenças. Não existe uma leitura “neutra” ou isenta das paixões humanas, dos afetos e daquilo que cada um traz dentro de si.
Allan Kardec, em “O livro dos espíritos”, enfrentou a difícil tarefa de escolher conceitos e nomear coisas e processos que antes não tinham nomeação, incluindo correção de termos antes usados de outra maneira. Isso poderá gerar reações positivas, de aceitação e compreensão, mas também poderá despertar profundas críticas. Inovar conceitos e palavras não é fácil, pois não é somente uma operação linguística. É também um trabalho social e político.
Na questão 28, Kardec pergunta aos bons espíritos:
“Sendo o espírito, em si mesmo, alguma coisa, não seria mais exato, e menos sujeito a confusões, designar esses dois elementos gerais pelas expressões: matéria inerte e matéria inteligente?”
Homem moderno e impregnado dos valores do Iluminismo, Kardec deseja criar para o espiritismo conceitos objetivos, “exatos” e claros, evitando assim confusões e má-interpretações. Esta clareza é um dos princípios de boa ciência, algo que falta em diversos textos religiosos.
Os bons espíritos parecem compreender este objetivo cartesiano de Allan Kardec, mas fazem uma ponderação extremamente importante. Leiamos:
“As palavras pouco nos importam. Cabe a vós formular a vossa linguagem, de maneira a vos entenderdes. Vossas disputas provêm, quase sempre, de não vos entenderdes sobre as palavras. Porque a vossa linguagem é incompleta para as coisas que não vos tocam os sentidos.”
O que podemos aprender com essa pequena e rica resposta?
1) Cabe a nós, os seres humanos que estão vivendo na carne, formular a linguagem mais apropriada ao espiritismo, a linguagem capaz de criar entendimento. É tarefa nossa, mas estamos sempre pedindo aos espíritos para nos dar de bandeja, para nos dizer tudo.
2) Uma parcela significativa dos conflitos humanos —incluindo as divergências dentro do movimento espírita brasileiro— deve-se à falta de clareza na linguagem, inadequação e uso agressivo da mesma. É a nossa “falta de entendimento” sobre as palavras que se desdobram em brigas e, em casos extremos, ódios.
3) Mesmo que façamos um enorme esforço de criar uma linguagem adequada, precisa, clara e não violenta, ainda assim ela será incapaz de dizer tudo sobre as questões que estão fora da ordem dos sentidos humanos. Em outras palavras, as nossas palavras falham ao tentar descrever o que está além do ser, o que extrapola o campo da matéria bruta. E esta dificuldade enfrentará o espiritismo e a ciência, sempre que tentar ir além do que é palpável e concreto.
4) Com tudo isso, os espíritos dizem para Allan Kardec um remédio para toda a ansiedade sobre conceitos e nomeações: “as palavras pouco nos importam”. É um tapa na cara de nossa arrogância linguística. O fundamental, para os bons espíritos, é o conteúdo ético-moral da mensagem/texto e não as divergências de palavras, obsessão dos encarnados.
Sem dúvida, se nós dedicássemos especial atenção apenas para a questão 28 de “O livro dos espíritos”, não entraríamos em tantas disputas inúteis e buscaríamos aquilo que nos une para além das palavras. E o que está para além das palavras? Pense.
 
Imagem da postagem: Arte de Bansky, “Menino com avião de caça”, pintado num muro em Tel Aviv, na Palestina ocupada.

Espíritas de esquerda rompem com maioria conservadora e preparam iniciativa de educação popular

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Brasil de Fato é um dos principais veículos da mídia progressista.
O Coletivo Espíritas à Esquerda ganhou destaque no jornal online Brasil de Fato e no Diário do Centro do Mundo – DCM, dois dos principais veículos da mídia progressista do país. A publicação enfatiza que o EàE “critica a interpretação reacionária da doutrina e aposta em trabalho de base nas periferias”. A publicação também ressalta que o Coletivo está presente em 17 estados e em Portugal “articulando os preceitos espíritas aos principais debates políticos contemporâneos, como o racismo, a desigualdade social, a questão de gênero, aos direitos da comunidade LGBTQI+”.

VEJA A ÍNTEGRA DA PUBLICAÇÃO NO BRASIL DE FATO AQUI.

VEJA A ÍNTEGRA DA PUBLICAÇÃO NO DCMAQUI.

 

A propriedade privada: Marx e Kardec

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A proposta socialista acerca da propriedade privada é sempre muito mal compreendida pelo vulgo. Além disso, a direita sempre buscou mal informar por interesse óbvio e mentir em relação a esse ponto importante da superação do sistema capitalista de produção.
Um exemplo sobre essa confusão é a acusação feita amiúde aos movimentos sociais, mormente MTST e MST, de que lutam para tomar sua terra ou sua casa. Não, isso não é verdade!
Foto: Hermes Rivera / Unsplash
Quando Marx e Engels falam em expropriação da propriedade privada não se referem à sua casinha suburbana nem ao seu carro financiado em 60 vezes. Não. A propriedade privada a ser expropriada é a que se transforma em capital, ou seja, aquela que está ligada de forma direta ao sistema de produção capitalista. Resumindo, os meios de produção devem ser coletivos.
Portanto, o sistema socialista de produção não pretende coletivizar sua casa nem quer tomar seu moderno telefone celular. Esses bens não são meios de produção. O que o socialismo pretende tomar, isso sim, são os meios de produção do capitalista, ou seja, a fábrica, o banco, o latifúndio, o maquinário de produção etc., para que a produção econômica da sociedade seja coletiva, bem como seus resultados, pois é a produção capitalista que explora o trabalho e o impede de usufruir dos bens produzidos.
Por isso Marx diz que nove décimos da sociedade não têm acesso à propriedade privada, porque a imensa parcela da população não possui bens de produção, apenas bens de consumo.
E o espiritismo? Bem, quando na questão 882 de “O livro dos espíritos” Kardec fala sobre a legitimidade da propriedade, é da propriedade dos bens de consumo e não dos bens de produção que trata, porque fala em propriedade advinda do resultado do trabalho. E, adiante, na questão 884, conclui da seguinte forma: “Propriedade legítima só é a que foi adquirida sem prejuízo de outrem.”
Ora, mas o mecanismo de reprodução do capital por meio da posse dos bens de produção é justamente a acumulação de mais capital, portanto propriedade, com enorme prejuízo aos trabalhadores explorados em seus direitos e em sua dignidade, afora a questão econômica da mais-valia.
Dessa forma, fica claro que não há interdição nas propostas de Kardec acerca daquilo que se entende como expropriação da propriedade privada nas propostas socialistas. Muito pelo contrário, entende-se que há uma grande aproximação entre o que as duas linhas de pensamento propõem.
No mais, fica a reflexão final sobre o tema colocada na questão 885:
“885. Será ilimitado o direito de propriedade?
É fora de dúvida que tudo o que legitimamente se adquire constitui uma propriedade. Mas, como havemos dito, a legislação dos homens, porque imperfeita, consagra muitos direitos convencionais, que a lei de justiça reprova. Essa a razão por que eles reformam suas leis, à medida que o progresso se efetua e que melhor compreendem a justiça. O que num século parece perfeito, afigura-se bárbaro no século seguinte.”

Nota dos espíritas progressistas ante a crise institucional brasileira

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Foto: Gastão Cassel – EàE-SC

A sociedade brasileira vive um momento de crise aguda, uma crise que afeta gravemente a saúde e o emprego do seu povo, além do meio ambiente onde vive. A fome se alastra e a violência ameaça todos e, em especial, os mais vulneráveis. Esse seria, pois, o momento em que os poderes instituídos pela Constituição Federal de 1988 deveriam unir esforços no sentido de superar tamanha crise social e econômica. Entretanto, o que se viu e ainda se vê nesse período de longa pandemia é o Poder Executivo federal caminhar no sentido oposto ao que é necessário e urgente, abdicando de seu papel de buscar soluções, para, ao invés, transgredir leis e ameaçar uma sociedade já tão fragilizada pelo momento tormentoso que passa e com o luto coletivo em que está mergulhada.

O povo brasileiro está horrorizado diante da escalada de ameaças ao Estado democrático e às liberdades sociais e políticas, vindas de integrantes do Palácio do Planalto e das Forças Armadas. Dia após dia, verbalizam eles seu desprezo pela democracia e atentam contra as demais instituições do Estado brasileiro. Recentemente o Senado Federal e o Tribunal Superior Eleitoral tiveram que se manifestar contra essa verborragia autoritária e ameaçadora vinda dessa gente que ainda não aprendeu a conviver numa sociedade livre.

Nós, espíritas progressistas, reunidos em diversos grupos, associações e coletivos pelo Brasil, reiteramos nossos valores de luta por uma sociedade na qual a justiça social e a liberdade plena sejam conquistas permanentes. Nesse grave momento, conclamamos as diversas instituições de Estado, em todas as esferas de poder, a se manterem fiéis aos princípios constitucionais e unirem-se no sentido de garantir a completa apuração dos fatos que levaram à morte de mais de meio milhão de brasileiras e brasileiros; e de garantir a condução do processo eleitoral previsto para o próximo ano, sem sobressaltos e sem ameaças. E, assim, possam assegurar ao povo a esperança de dias melhores, com a superação das crises que nos assolam.

Há um longo caminho a ser percorrido para construirmos uma sociedade mais justa e igualitária, mas não podemos mais retroceder os passos que já tínhamos dado nesse sentido. Que todos os brasileiros e brasileiras conscientes, que estejam em cargos nas esferas dos poderes executivo, judiciário e legislativo possam ter coragem e empenho, para agirem no sentido de garantia de nossos direitos fundamentais e da democracia.

Assinam esse documento os seguintes coletivos, associações e grupos:

ABPE – Associação Brasileira de Pedagogia Espírita

Abrepaz – Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz

Ágora Espírita

Blog Livre Pensadora

Cejus – Coletivo de Estudos Espiritismo e Justiça Social

CEPA – Associação Espírita Internacional

CEPABrasil – Associação Brasileira de Delegados e Amigos da CEPA

Cetrans – Coletivo Espírita pela Transformação Social

CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita

EàE – Espíritas à Esquerda

Espíritas Progressistas

Girassóis – Coletivo Girassóis, Espíritas pelo Bem Comum

Brasil, 12 de julho de 2021

Espíritas à Esquerda presente no #3JForaBolsonaro

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No último dia 3 de julho, brasileiras e brasileiros indignados com o governo da corrupção, da destruição ambiental e da morte saíram às ruas para protestar e pedir o afastamento definitivo do líder desse caos, que tem sua imagem e suas ações associadas à milícia e ao genocídio do povo brasileiro. A esquerda espírita, que luta por uma sociedade mais justa, igual e fraterna, também se sentiu chamada às manifestações e foi às ruas mostrar suas indignação e vontade de mudança dessa situação de sofrimento, dor e luto em que vive o povo, exigindo acesso rápido à vacina para todos e aumento no valor do auxílio emergencial, traduzidos pelo grito que ecoou em todos os lugares: “vacina no braço e comida no prato!” O EàE, representado por seus membros em muitas cidades brasileiras, esteve ao lado, nas ruas, daqueles que sonham transformar a triste realidade de completo caos no trabalho, na saúde pública, na educação e no meio ambiente. As muitas imagens apresentadas ilustram a participação sempre certa da esquerda espírita nessa luta por um Brasil melhor.  

Mortes morridas e mortes matadas no Espiritismo – E o “pessoal dos Direitos Humanos”?

Elizabeth Hernandes – EàE DF

Dia de execução de bandido famoso é dia de falar mal “desse pessoal dos direitos humanos”. Onde estavam na hora em que o bandido matava pais de família? Por que só aparecem quando a polícia executa os bandidos? Essa última pergunta talvez seja respondida pelo fato de que a polícia divulga com mais frequência as suas ações, enquanto os bandidos tentam escondê-las.

Foto de Clay Banks / Unsplash

Os Direitos Humanos estão onde sempre estiveram: ao lado dos humanos, defendendo humanos valores e opondo-se à barbárie cometida por qualquer tipo de bandido.

De onde saiu essa ideia de que defender direitos humanos significa ser a favor de atos ilícitos, imorais ou as duas coisas? Muito provavelmente essa ideia é difundida pelos que se beneficiam com a barbárie.

Certa vez, numa palestra de um advogado muito bem sucedido e fascinado pela cultura de “honestidade e horror à mentira” – palavras dele, dado que há controvérsias – vigente nos Estados Unidos, ele contava, orgulhosamente, que defendera o Estado contra um egresso do sistema carcerário que processou a Pátria, alegando que, no presídio, dormia com o rosto próximo à privada. “E onde mais deveria dormir um sentenciado? Por que o pessoal dos Direitos Humanos não leva pra dormir na casa deles?”

Quando você não defende direitos humanos, parte do princípio de que as pessoas se dividem em classes ou castas, talvez com variadas gradações, mas com a certeza de que você e os seus localizam-se num dos patamares superiores

Será impossível que um membro de uma família branca, abastada e letrada cometa um crime? De todo modo, se esse menino ou menina problemático (qualquer que seja a idade) vier a cometer um deslize, terá brilhantes causídicos à disposição.

Talvez um bacharel não cogite a hipótese de um parente vir a dormir – uma noite que seja – num cárcere. Mas é bom lembrar que a vida é imprevisível, doutor… E repleta de seres humanos com os quais temos de conviver. Melhor que esses “outros” tenham garantidos direitos fundamentais, como condições dignas de sobrevivência ou o devido processo legal.

É muita sorte da sociedade quando uma pessoa, que dormiu anos com a cara perto da privada, num equipamento estatal que está legalmente obrigado a preservar sua vida e integridade, está disposta a simplesmente processar o Estado. Haveria a probabilidade de essa pessoa sentir muito ódio. E tal sentimento ser jogado na cara ou na vida do primeiro que encontrasse, já que sentir ódio e concretizá-lo está tão fácil e acessível, nesse país.

Hoje todo mundo odeia alguém: políticos, empresários, blogueiros, a imprensa, os “comunistas”, o vizinho, os artistas etc. E alguns odeiam, de alma, coração, fígado e dedo indicador em posição de gatilho, o “pessoal dos Direitos Humanos”. E não vamos esquecer do ódio ao misterioso Lázaro, o assassino assassinado1, exemplo filmado de morte matada.

Por que não odiamos, por exemplo, Joseph Safra, bilionário libanês-brasileiro, morto em berço esplêndido, cuja fortuna fora estimada em US$ 18 bilhões? Ele controlava um conglomerado bancário e financeiro com ações em 19 países e foi acusado, numa operação da Polícia Federal, de pagar R$ 15,3 milhões em propinas.

De acordo com a imprensa, interceptações telefônicas e fotografias mostravam toda a movimentação de um provável preposto do grupo Safra, negociando a “gorjeta” que valeria a dispensa de 1,8 bilhão de reais em tributos. O bilionário foi inocentado. Não houve como provar sua relação com o corruptor, que aparece em fotos voltando para a sede do grupo Safra, após o conluio com os corrompidos. Embora o grupo Safra tenha-se beneficiado na negociata, caso ela tenha-se concluído, a Joseph Safra – que certamente não passará pelo buraco de uma agulha antes de um camelo – não se aplicou nem mesmo uma teoriazinha de “domínio do fato”. Ele tomara o cuidado de não ser sócio e nem empregador do negociador.2

Então um bilionário foi inocentado e… ninguém bateu panelas? Por quê? Seria porque “a conversa não chegou na cozinha, a plebe ignara não tomou conhecimento”?

E quantos direitos humanos poderiam ser garantidos com 1,8 bilhão de reais, se investidos em programas sociais? Só pra lembrar: saúde, educação e segurança são direitos humanos.

E o que diria o cidadão de bem?

Ora, ora, ora. Lá vêm esses comunistas a falar em programas sociais. A continuar nessa toada, logo vão chamar de genocídio a mortandade de mais de meio milhão de brasileiros só porque o governo atrasou a compra de vacinas, desmontou o sistema de vacinação3, que era referência internacional e não adotou estratégias efetivas para o fechamento de cidades, como ocorreu em países que já estão voltando a um modo de vida sem pandemia. Ora, ora, ora, direitos humanos. Só servem para beneficiar ‘os pês’: pretos, pobres, preguiçosos, petistas…”

Será que nós, os brasileiros, somos assim tão “brancos”, ”ricos”, “diligentes e civilizados”, a ponto de poder dispensar o trabalho desse “pessoal dos direitos humanos”? E será que acreditamos em teorias deterministas para a hora da morte, mesmo quando mais de meio milhão de compatriotas morre por uma doença para a qual há vacina e medidas outras de prevenção?

Há espíritas argumentando que “cada um tem sua hora” e citando os casos de desencarnações coletivas previamente combinadas etc. Sobre isso, um artigo de Carlos Augusto Parchen4 analisa questões, de O Livro dos Espíritos, que tratam da determinação da duração da vida. O articulista conclui que “Pode-se, portanto, afirmar que existe “um momento da morte” (ela ocorrerá inexoravelmente), mas não “o momento da morte” (ou seja, que ela está determinada e programada previamente).

A hora de morrer também é sobre direitos humanos. O direito de fruir a vida em toda a sua extensão e não ter a encarnação abreviada por fatores externos à responsabilidade pessoal. Na literatura científica, tais fatores são classificados como Determinantes sociais de Saúde.5

Direitos Humanos – e o respectivo “pessoal” – não seriam necessários num país que vivesse deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo, em pleno estado de ordem e progresso. Não é o caso do Brasil.

É preciso valorizar o “pessoal dos direitos humanos” porque eles costumam empenhar a própria vida para defender as nossas vidas e, às vezes, perdem as vidas deles ou a de pessoas que lhes são caras.6

O Espiritismo não permite atitudes à moda do avestruz. Há vasta literatura que impede o impulso de enfiar a cabeça sob a terra, quando a realidade está feia de se encarar.

Se alguém aprova execuções sumárias – mesmo de perigosos assassinos – está relativizando o valor da vida, está aceitando que mortes matadas e mortes morridas são a mesma coisa. Se acredita em sintonia espiritual, está vibrando na mesma faixa da pessoa executada, bem como da dos executores. Se contribuiu, por ação ou omissão, para a constituição das autoridades que carregam nas costas a conta de mais de meio milhão de mortes que poderiam ser evitadas, é corresponsável. E se, depois de constatados tais sentimentos, continua se dizendo cristão, não entendeu nada sobre a religião inspirada nos ensinamentos de um palestino inocente, que foi denunciado, torturado e executado dentro de um processo legal conduzido pelas autoridades da época.

A boa notícia é a lição de misericórdia que nos deixou o Palestino. Reconcilie-se, principalmente consigo mesmo, enquanto está a caminho.

Orgulho de ser

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Por Jean Paul – @umgayespirita Foi no dia 28 de junho de 1969, no bar nova-iorquino Stonewall Inn, que um grupo de pessoas gays, lésbicas, transexuais, travestis e drag queens se rebelaram contra a invasão, represália e prisão por parte das autoridades policiais. Dezenas de pessoas feridas apenas por lutarem pelo seu direito de existir e se divertir. A partir de então, dezenas de protestos foram organizados, nos dias seguintes, em favor dos direitos gays (exclusivamente chamado assim à época) em várias cidades norte-americanas. No ano seguinte (1970), foi realizada a Primeira Parada do Orgulho Gay para lembrar e fortalecer o movimento que vinha ganhando aderência pela comunidade e visibilidade. Assim, a rebelião de Stonewall ficou conhecida como o “marco zero” do movimento por igualdade civil da população LGBTQIAP+.
Foto Mick De Paola/Unsplash
De lá pra cá, muitos direitos foram garantidos, muitas teorias foram refutadas (como a de se tratar a homossexualidade e a transgeneridade como doenças), maior visibilidade e representatividade foram tomando conta das mídias. Ainda assim, a homossexualidade é tratada como crime em 69 países, dos quais 13 prevêem pena de morte para homossexuais; pelo 12º ano consecutivo (em 2020), o Brasil é considerado o país que mais assassina transexuais no mundo; a cada 36 horas uma pessoa LGBTQIAP+ é vítima de homicídio ou suicídio no Brasil; direitos fundamentais como o casamento, a doação de sangue e a mudança de nome social em documentos de identificação civil ainda são negados em inúmeros países à comunidade LGBTQIAP+. A luta, portanto, está longe de terminar. Para quem se identifica como LGBTQIAP+, conhecer a história do movimento é compreender o quanto já conquistamos e também o quanto ainda precisamos conquistar; é respeitar as dores e lutas do passado, reconhecendo o privilégio de alguns direitos já garantidos no nosso país, sem deixar de ter a consciência de que ainda estamos distantes da igualdade civil plena; é saber que existir enquanto fora do padrão é resistir por si só. Para quem não se identifica como LGBTQIAP+, porém deseja um mundo onde todas as pessoas possam viver com justiça e liberdade, se posicionar enquanto aliado(a) deste movimento é uma grande oportunidade de provocar as transformações necessárias para a construção desse mundo desejado. Enquanto espíritas, portanto, sabemos que “são chegados os tempos em que se hão de desenvolver as ideias, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Têm elas de seguir a mesma rota que percorreram as ideias de liberdade, suas precursoras. Não se acredite, porém, que esse desenvolvimento se efetue sem lutas. Não; aquelas ideias precisam, para atingirem a maturidade, de abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas”. (O Evangelho segundo o Espiritismo > Capítulo I – Não vim destruir a Lei > Instruções dos Espíritos – A nova era.)  Assim, cabe a nós somar a essa luta, enquanto cristão, enquanto co-criadores e enquanto conscientes de que a missão de nós Espíritos na Terra é “melhorar as instituições, por meios diretos e materiais”. (O Livro dos Espíritos > Parte segunda – Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo X – Das ocupações e missões dos Espíritos – questão 573) Enquanto LGBTQIAP+ espíritas, sabemos que nossa luta é também a de modificar as próprias instituições espíritas para que sejam verdadeiramente cristãs, acolhedoras a todas as pessoas, abertas à inclusão da diversidade nos seus postos de trabalho, aniquiladoras dos preconceitos e incompatíveis com os tabus. Sabemos, também, que a nossa existência é de orgulho, daquele que olha para si e se percebe igualmente capaz de amar e servir, trabalhar e abençoar, afirmando radicalmente a dignidade da nossa própria existência. REFERÊNCIAS

Tem cordel espírita no nosso programa de literatura

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Na quarta-feira, dia 30 de junho, 20h, acontece mais uma edição do nosso programa de entrevista LITERATURA ESPÍRITA. O programa é transmitido ao vivo pelas nossas redes sociais: Facebook, Twitter e YouTube.
Nessa nova edição entrevistamos o autor de inúmeros cordéis espíritas e não espíritas, Hélio Gomes Soares.
Hélio Gomes Soares, que é membro do EàE-RN, é artista completo, pois desenhista, pintor, letrista de músicas, poeta e, claro, autor de inúmeros volumes de literatura de cordel sobre espiritismo, educação, política, saúde e entretenimento de forma geral. É também um dos fundadores da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel (ANLIC) e da Associação Cultural Casa do Cordel. Hélio é formado em Ciências da Religião pela UFRN e lá também fez especialização em Educação Holística e Qualidade de Vida.

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