O DCM ataca a esquerda espírita.

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Imagem: retrato da postagem na página do blogue DCM.
Imagem: retrato da postagem na página do blogue DCM.

Já virou hábito o ataque sistemático dos bolsoespíritas à página “Espíritas à esquerda” e aos seus perfis nas demais redes sociais. E jamais houve sequer interesse em responder suas manifestações de ódio e incoerências argumentativas. Um famoso médium, por exemplo, citou esse coletivo em congresso espírita para atacá-lo e fazer associações incoerentes e raivosas. Jamais houve resposta.

Mas ataques vindos do próprio campo das esquerdas ao coletivo e a alguns de seus membros é inusitado e surpreendente.

Sim, o blogue, que se diz progressista, Diário do Centro do Mundo resolveu publicar texto em que ataca… a esquerda espírita.

Talvez o mais adequado fosse simplesmente calar diante da agressão tosca e gratuita, feita por meio de texto mal ajambrado e mal escrito. Mas houve a citação de membros do nosso coletivo, o que se caracteriza como injúria ou difamação.

Não se sabe a intenção por trás da sórdida publicação, mas o fato de o blogue ter dado espaço a esse tipo de ofensa soa, no mínimo, estranho. Um texto copiado de outro blogue, sabidamente mal intencionado.

Mas, aos fatos: o texto acusa a esquerda espírita de ser incoerente com aquilo que prega o movimento espírita brasileiro, pois esse seria de direita, enquanto a proposta original kardecista seria de esquerda. Bem, quanto a isso, não há incoerência alguma, pois é exatamente isso que se escreve e divulga pela esquerda espírita a todo momento. Talvez o autor, escondido sob pseudônimo, não conheça muito bem o que hoje se entende como espiritismo progressista. Apenas essa bobagem sem tamanho já seria suficiente para caracterizar o texto como de má-fé ou, quiçá, de profunda ignorância sobre o que pretendeu falar.

Depois o autor cita nomes do coletivo para chamá-los de “aberrações”, porque estariam tentando convergir propostas díspares e inconciliáveis. Não sabe o autor, mais uma vez, que não há em nenhum momento essa tentativa por parte do nosso coletivo. Argumenta que o espiritismo brasileiro é seguidor de Chico Xavier e que isso o torna intrinsecamente de direita, pois Chico seria “um católico da linha medieval” e sua mediunidade mera esquizofrenia.

Não vale discutir as críticas pouco elaboradas em relação a Chico, não só porque não é proposta do coletivo entrar em querelas de ordem personalista em relação a médiuns, autores ou divulgadores espíritas, mas também porque o coletivo acredita que a crítica a qualquer proposta deve-se pautar pela discussão de ideias, não de ataques pessoais.

A esquerda espírita é libertária por excelência e nenhuma crítica, seja a quem for, inclusive a médiuns famosos, é vetada ou censurada, desde que venha fundamentada e sem ataques pessoais. Ressalta-se também que dentre as características da esquerda espírita encontra-se a aversão à adoração de ídolos, ela é iconoclasta por excelência. Mas parece que o autor não se deu conta disso em seus desarrazoados. Cabe também lembrar que o único exemplo seguido pela esquerda espírita é a da revolucionária proposta de transformação da sociedade trazida por Jesus e que, por defendê-la, foi morto pelo estado e acusado injustamente pelo “establishment” da época.

Depois, seguindo em suas bobagens, o autor insinua que a esquerda espírita, por seguir o movimento espírita brasileiro de direita (??), seria também adepta da ideia de que os “fortes prósperos estão autorizados a esmagar os mais fracos” e que os pobres serviriam apenas para a prática alienada da caridade material.

Aqui cabe uma breve digressão: o coletivo “Espíritas à esquerda” tem como projeto último o engajamento de seus membros na transformação da injusta realidade social em que se vive. Os grupos estaduais do coletivo têm promovido diálogos e discussões virtuais para construir justamente uma proposta de ação-reflexão que coloque o movimento espírita no rumo da radical mudança da sociedade. Estudos de textos e de experiências nesse sentido têm sido também promovidos. Portanto, acusar a esquerda espírita de ser adepta das tolices proferidas no texto em análise soa, mais uma vez, má-fé ou ignorância. Jamais se defenderia a bobagem escrita no artigo. Aliás, já se acusou a esquerda espírita de ser tudo: marxista, socialista, comunista, antiespírita etc., mas de alienada e a favor do status quo é inédito, injusto e mentiroso.

Por fim, depois de destilar dificuldades cognitivas em texto mal costurado, o autor conclui afirmando que “o suposto esquerdismo do ‘espiritismo’ brasileiro é uma farsa”.

Farsa, pode-se dizer, é esconder-se sob pseudônimo para atacar algo que, por óbvio, o autor desconhece. No mais, a conclusão é uma pérola de mau gosto textual e de mais ofensas aos membros do coletivo.

Como dito no início, as ofensas feitas ao coletivo e a seus membros costumam ser ignoradas. Mas como essa partiu de um veículo de “esquerda”, fica o registro indignado pela clara má-fé e pelas intenções escusas que se escondem nesse libelo de mau gosto e de mentiras.

Fica o convite a quem quiser participar do projeto de transformação da realidade social e do movimento espírita apresentado por meio de textos publicados nos perfis do coletivo nas redes sociais e também no blogue “Diálogos da Fé” da CartaCapital.

Publicado no Facebook em 25 de Outubro de 2020

Ref/Link: publicado originalmente no Faxina Espiritual

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